quarta-feira, dezembro 22, 2004

Poema de um qualquer

Não, nunca fiz o tipo que se mata.
Nunca fiz tipo algum, nem o de humano.
Não faço tipos, nem porra nenhuma.
Eu não me esforço em ser um cidadão.
Sou um cidadão por total descaso.

Por descaso sou tudo o que serei.

Sim, as pessoas, todas elas, são
Nada absolutamente, para mim.
Que digam tudo, que me xinguem; gritem
“Egoísta!”. Eu nem sei o que é o contrário.
Sou egoísta apenas por descaso.

Por descaso sou tudo o que serei.

Talvez eu viva por preguiça, amigos.
Talvez eu tenha amigos por preguiça.
Fale palavrões para impressionar.
Mas gargalho com tanto talvez; rio
Porque estou me fodendo a tais questões.

Por descaso eu me fodo todo dia.

Diana de Hollanda

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